Antes da manifestação do mal, havia paz e alegria por todo o Universo. O amor de Deus era supremo; imparcial o amor de uns para com os outros. Cristo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai em natureza, caráter e propósito - o único Ser que poderia entrar nos conselhor e propósitos de Deus. "Pois nEle foram criadas todas as coisas, nos Céus e sobre a Terra, [...] sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades" (Col. 1:16)
Sendo a lei do amor o fundamento do governo de Deus, a felicidade de todos os seres criados dependia de sua perfeita harmonia com seus princípios de justiça. Deus não tem prazer em submissão forçada, e a todos confere contade livre, para que possam prestar-Lhe serviço voluntário.
Houve, porém, um ser que preferiu perverter essa liberdade. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus. Antes da queda, Lúcifer era o primeiro dos querubins cobridores, santo e incontaminado. Cobiçando a honra que o infinito Pai conferira a Seu Filho, esse principe dos anjos aspirou ao poder que era a prerrogativa de Cristo, unicamente, fazer uso. Uma nota dissonante deslustrava agora as harmonias celestiais.
Deus suportou longamente a Lúcifer. Não foi degradado de sua posição elevada, nem mesmo quando começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos. Inúmeras vezes lhe foi oferecido o perdão sob a condição de que se arrependesse e se submetesse. Esforços, que apenas o amor e a sabedoria infinitos poderiam conceber, foram feitos a fim de convencê-lo de seu erro. O descontentamento nunca antes fora conhecido no Céu. O próprio Lúcifer não compreendeu, a princípio, a verdadeira natureza de seus sentimentos. Sendo-lhe demonstrado que sua insatisfação era sem causa, convenceu-se de que as reivindicações divinas eram justas, e de que as deveria reconhecer como tais perante o Céu. Se ele tivesse feito isso, poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos. Mas o orgulho o impediu de submeter-se.
Da falsa interpretação das palavras de Cristo, passou à falsidade direta, acusando o FIlho de Deus de intentar humilhá-lo perante os habitantes do Céu. A todos quantos não pôde subverter e levar para o seu lado, acusou de indiferença aos interesses dos seres celestiais. Era sua tática tornar perplexos os anjos pelos capciosos argumentos relativos aos propósitos divinos. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e mediante artificiosa perversão lançava dúvidas às mais compreensíveis declarações de Deus.
A desafeição converte-se em revolta ativa - Deus, em Sua sabedoria, permitiu que Satanás levasse avante sua obra, até que o espírito de dissabor amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente, para que sia verdadeira natureza pudesse ser vista por todos. Antes que se desenvolvesse completamente, o pecado não ppareceria o mal que em realidade era. Seres santos não eram capazes de discernir as consequencias de se pôr de parte a lei divina.
Mesmo quando foi decidido que ele não poderia mais permanecer no Céu, a Sabedoria Infinita não destruiu a Satanás. A submissão das criaturas de Deus deve repousar sobre a convicção de Sua justiça. Os habitantes do Céu e de outros mundos, estando despreparados para compreender as consequencias do pecado, não veriam a justiça e a misericórdia de Deus na destruição de Satanás. Se ele tivesse sido destruído imediatamente, os outros teria servido a Deus por temor e não por amor. Para o bem do Universo através de infindáveis eras, Satanás devia desenvolver mais plenamente seus princípios, para que suas acusações contra o governo divino pudessem ser vistas sob sua verdadeira luz por todos os seres criados.
Pela mesma representação falsa do caráter divino por ele dada no Céu, fazendo com que Deus fosse considerado severo e tirano, Satanás induziu o homem a pecar. Declarou que as injustas restrições de Deus haviam motivado a queda do homem, assim como determinaram a sua própria rebelião. Banindo Satanás do Céu, Deus declarou Sua justiça e honra. COntudo, quando o homem pecou, Deus ofereceu uma prova de Seu amor, entregando Seu Filho para morrer pela raça caída. O poderoso argumento da cruz demonstrou que o pecado de maneira alguma era atribível ao governo de Deus.
Durante o ministério terrestre o Salvador, o grande enganador foi desmascarado. A ousada blasfêmia de sua pretensão, de que Cristo lhe rendesse homenagem, a malignidade vigilante que O assaltava de um lugar a outro, inspirando o coração de sacerdotes e povo a rejeitar Seu amor, e o brado:"Crucifica-O" Crucifica-O - tudo isto despertou o assombroe indignação do Universo. Satanás empregou homens como seus agentes, a fim de encher se sofrimento e tristeza a vida do Salvador. Os fogos da inveja e maldade, ódio e vingança, irromperam no Calvário contra o Filho de Deus.
Viu-se agora que o Governador do Universo fizera o máximo sacrifício que o amor poderia efeturar, por "Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" (2 Co 5:19). Cristo, a fim de destruir o pecado, humilhou-Se a Si próprio e Se fez obediente até a morte. Todo o Céu viu a justiça de Deus revelada. Lúcifer declarara que a raça pecadora se colocara para além da redenção. Mas a penalidade da lei recaiu sobre Aquele que era igual a Deus, ficando o hoem livre para aceitar a justiça de Cristo e, através de arrependimento e humilhção, triunfar sobre o poder de Satanás.
Mas não foi só para redimir o homem que Cristo veio à Terra e aqui morreu. Veio para demonstrar para demonstrar a todos os mundos que a lei de Deus é imutável. A morte de Cristo prova que ela não pode ser modificada e demonstra que a justiça e a misericórdia são o fundamento do governo de Deus. Na execução final do juízo será visto que não existe causa para o pecado. Quando o Juíz de toda a Terra perguntar a Satanás: "Por que te rebelaste contra Mim?", o originador do mal não poderá apresentar resposta alguma.
No brado agonizante do Salvador - "Está consumado!" - soou a sentença de morte de Satanás. A grande controvérsia foi então resolvida, a erradicação final do mal se tornou certa. "Pois eis que vem o dia, e arde como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem perversidade, serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos exércits, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo" (Mal. 4:1)
Jamais o mal se manifestará outra vez. A lei de Deus será honrada como a lei da liberdade. Uma criação experimentada e provada nunca mais se desviará da fidelidade para com Aquele cujo caráter foi manifesto como expressão de amor infindável e infinita sabedoria.
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